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Tenho uma vida que nunca vivi - gostaria que fosse mais simples.
Lembranças de raros momentos insanos e plenos - um amar estranho.
Só sentir é mais que brilho - é mais que um pedaço indecente.
Delicadamente te abraço e me levas.
Suspensa no limbo do pesar onde me perdi - quisera fosse mais simples.
A presença em passos leves, respiração ofegante e quente.
Nesta hora a medida de segredos inexiste, uma pequena veia adolescente pulsa.
São sonhos, são dentes, sexo e acidentes.
Orvalho de lágrima que salpica a pele rubra e moribunda.
E eu - longínqua e calada - caio em um fundo poço de delicada névoa.
Debato-me em vão no nada onde agonizo, querendo teus braços para me levantar...
Mas, a tranquilidade me arrebata e soluço alto - um soluço quase grito!
Não quero o pó, a sombra, o desejo partilhado sem sobressaltos...
Seja o desespero da dor, seja o voo que aponta o caminho...
A folha desnudada, em branco, onde vais escrever dos meus olhos..
Pranto sereno ,banal e contínuo. Pleno de momento consumado
Que se deixou ficar em outro tempo.
Tempo que talvez ainda conheça...
Ing
este post é parte integrante do projeto “caderno de notas – terceira edição” do qual participam as autoras Ana Claudia Marques, Ingrid Caldas, Lunna Guedes, Mariana Gouveia, Tatiana Kielberman, Tha Lopes e Thelma Ramalho.
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