segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

.negação.

Salvador Dali


De que são feitos os momentos..
respiração
ofegante .. ou não..
olhares
úmidos.. ou não..
desejos
intensos.. ou não..

De que são todas as dores..
vivas.. ou não..
E todos os amores..
e todas as mortes..
prazeres.. ou não..
noites ... 

Palavra beijada
sonegada..
vida que dança
renegada..
impune rasga 
e sufoca..

Movimento suave
momento etéreo..
redemoinho e memória
nada mais..
arranha o mundo
e esmaga o desejo..

Ing

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

.silencie.

Internet - desconheço autor


Silenciar o amar sem pudores..
alegrias ensurdecedoras
criam rumores na alma..
são medos.. 
e tomam lugar
calam dores.. floreiam rumos..

Os sentidos desfazem pele..
um céu frágil vem envolver
palavras e noites de sono
cálido..
tempestades desnudam o carinho
arranham o querer..

Silencie..
segredos distantes
outrora vividos..
memórias lúcidas 
arrancadas em ventania..
e como dantes
mostra escondida madrugada..

Ing

domingo, 15 de janeiro de 2012

.distâncias.

Art de Ann Marshall

Quando hoje não há palavra
hoje não há ato
deleite ou alegria..
Quando ontem foi boato
sem fio ou meada
incompleto..
Foi susto e medo
dominando almas
recriando o tempo..
Crer no momento definitivo
no significado do consolo
no amor da saudade..
Que palco leva inspiração
de aflições e serenidade
suada e cansada ..
Vontade amordaçada
prece amanhecida
e distância ferida..

Ing

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

.palavras.



Me pergunto tantas coisas..
tento caminhos diferentes
e não consigo ser quem não sou..
e eu gosto do meu jeito
das minhas carências..
meus carinhos..
minha dedicação..
minha lealdade..
até das minhas lágrimas..
que tento segurar e consigo..
mas por pouco tempo..
gosto do meu calor..
não sei ser fria.. me faz mal..
mas às vezes me perco..
fico sem saber o que fazer
como agir contra mim mesma..
como se o coração tivesse cansado..
mas a razão está ali..
firme
e me mantém..
por algum tempo..
alguém me conhece?..
ou reconhece..
como você me vê..
me sente..
nas palavras..
no silêncio..
quem sabe..

Ing


quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

amanhecer.

Internet


Me acostumo a me ver
sem brumas ou véus..

Queria véus e brilhos
paixões nuas e braços abertos
nuvens cheias e leves..
Consagrar minh'alma
em noites que queimam
no olhar devasso
que desvenda segredos..

Encantos de odes mudas
sufocando afetos..

No corpo delicado
consumido em pureza
a doçura se foi
o beijo escorrega entre lágrimas
e o véu do amor se levanta
desvendando amargor..

São entremeios e nós
buscando soltarem-se..

Seguir sem sustos
gritar sem pudores
amanhecer e anoitecer
na busca do arder fremente
que treme a alma
buscando a eternidade..

Ing