terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Felizes Festas!



Queridos amigos e leitores!

Mais um ano que finda levando com ele muitos dias de luz e também os sombrios.
Não estive presente o quanto gostaria - e necessitaria - para me aconchegar junto às palavras que tanto me fazem bem.

Foi um ano difícil, trabalhado ao extremo, onde plantei sementes fecundas que para o próximo ano certamente irão trazer frutos saudáveis e fartos.

Afastei-me um pouco e isso fez-me imensa falta. Mas a vida segue e um novo ano se aproxima.
Trazendo com ele - como sempre - esperanças de mudanças e novos caminhos.

Desejo que todos os que me acompanham, por aqui ou pelo facebook, que o Natal seja uma festa de paz, confraternização e perdão.
Que a compreensão, a fraternidade - há tanto esquecida - e o amor, sejam as tônicas.
Natal é nascimento, é um interminável renascer em nós mesmos.
Que o Novo Ano seja um reflexo fiel destes sentimentos.
E que se tornem em atitudes.

O mundo anda mesmo precisado de Bem.

Estarei em férias merecidas.
Retornando em 2015, estarei mais próxima, com novas metas, que incluem retomar os prazeres simples da escrita e da leitura, da partilhar alegria com quem nos quer bem e nos faz bem.

Um forte abraço à todos e um beijo na bochecha!

Ing



quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Para sempre.

Internet

Onde andam as linhas sentidas
que corriam soltas e leves...
Na ponta da pena brilhante
levava longe sonhos e risos...

Perderam-se no tempo
curto e impreciso
no sentimento confuso
na loucura dos dias...

A alma sofre e reclama
o corpo se agita em agonia
e as mãos - se vão contorcendo
esperando pelo voo cego...

Assim, a espera se faz leve
as linhas retomam seu sentido
desafogam-se os riscos loucos
transformados em lágrima...

E cada letra chora.

Ing

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Noturna

Internet Retratos da Alma




Ando pensativa ultimamente,
revendo momentos passados,
vivendo a vida que quero - e escolhi...
Deixo-me  por levezas
que só a memória é capaz de aproximar...

São noites de tormento
Sono que soluça tremores
E desliza em lençóis
Plenos de suores...

No rastro da tua ausência
inebriada pelo perfume que não sinto
sigo por caminhos,
sorvo gotas que vem de ti...

Gritar de nada adianta...
Chorar é distante refúgio...
São mãos - na pele...
São a vida!

Então escrevo...


Ing.

postado originalmente em
http://retratosdaalma.com.br/

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

O livro.




Amigos que fiz pelas palavras.
Uns se mantém virtuais
- mas tão próximos...
Outros se materializaram
- em abraços e beijos
carinhos e versos...

Um encontro - afinidades
muitos risos e pães...
Encontros com calor
e sabor de café...

Palavras esparramadas,
sentimentos arrebatados...
Uma proposta inesperada
um partilhar na melhor forma.
Arte pura - manusear...
Um fruto para degustar...

Obrigada Lunna!
E elas não me pertencerão mais...

Ing

Pelo link abaixo quem desejar um exemplar:
http://scenariumplural.wordpress.com/2014/09/12/pr-venda-srie-exemplos-poesias/

sábado, 6 de setembro de 2014

Algo de luz



Uma história corriqueira
e á estava eu a esperar - coração seco...
Vazia de amar -
mas plena de desejos...

Escorregando por becos escuros
vislumbrando sombras
redemoinhos de folhas secas
remetem à minha pele...

Tenho na minha loucura
um passo de dança
que balança um ventre -
sem vontades...

Sem saber aonde vou
busco a calma - e um som
na luz difusa
de uma lua azulada...

Meu absurdo - interior
leva-me aos abusos
que eu entrego às manhãs
de janelas nuas de luz...

Ing

Originalmente postado em Retratos da Alma
http://retratosdaalma.com.br/

domingo, 27 de julho de 2014

Versos em fim.

Internet - desconheço autoria


Na vida crua, uma vez me vi nua...
Em mãos cheias de cores
sob a luz da lua
me fizeste plena de dores...

E veio o tempo e o amor
levando tudo à loucura
sublimando em torpor
toda a minha ternura...

Na miragem do caminho
sem visão, nem direção
levaste teu carinho
arrastando a atenção...

Versos distantes da alegria
me remetem à melancolia
mas tudo, sempre tem loucura
mesmo a alma mais pura...

Ing

quinta-feira, 10 de julho de 2014

Abismo

Internet - http://incongruentelisura.blogspot.com.br/


Quando sinto o vento no rosto
que arrepia a pele e a alma
no horizonte não há tua voz
na luz não há mais teu brilho...
Não quero que o desejo
deseje mais intensamente
ter teu viver sobre o meu
fazendo-me vagar pelo abismo...

Meus versos compõem espaços - vazios
em vadio e insano pensar
na estrada que levou-me longe de ti
para a escuridão do esquecimento...
E talvez nesta noite mais negra - de pesar
eternizar o meu grito
amordaçado - sacrificado
pelo teu amar...

Ing


domingo, 22 de junho de 2014

Um cântico

Internet - http://incongruentelisura.blogspot.com.br/


Longe de mim ventos e ironias
aninharam-se - impiedosamente
rasgando o ventre inquieto
pleno de desejo - velho...

Nos lábios rasgados
nos olhos baços
um cântico me guia
por noites inexploradas...

Profunda melancolia
que envolve qual redemoinho
um coração vazio - a desfalecer...

Nesta melodia incansável
um rodopio entontece
despertando na solidão
o suor e a dança...

É uma certeza que busco
amando o abismo
que minha loucura
impiedosamente impõe...


Ing

Publicado originalmente em Retratos da Alam
http://retratosdaalma.com.br/

domingo, 8 de junho de 2014

Reverso de mim





Minha boca  - pedaço de ti - grita em agonia,
e a tua memória  corre - desgarrada..
Em um outro dia qualquer, sem medida
como delicadeza de orvalho, o teu amor se vai...
Vejo-me  em uma distância - longa e dolorida -  onde nada cabe,
onde eu te poderia  abraçar com mãos de leveza e lágrima.

Ah, se eu pudesse estar, como ventania, arrastando tua carne
sem delicadeza, sem resistência...
Seriam segredos rasgando a pele, na inconstância do encontro
no atrito de desejos, intransferíveis -  talvez acidentais.

Mas apenas temos um denso e intenso improvável,
onde um fogo crepita ainda – por acidente – presente.
E para além dos passos da saudade
tudo se distancia de mim – inerte – em uma manhã além do olhar.
E virão Invernos de embriaguez, de beijos sussurrados
de telas nuas – a exibirem-se ao encontro não consumado.

Tenho ainda um coração inocente – teimoso
soterrado em silêncio, no próprio mundo do absurdo
onde rabisquei  teus desejos de momentos eternos
na espera  da calmaria da dor...


Ing


Publicado originalmente em Retratos da Alma
http://retratosdaalma.com.br

terça-feira, 27 de maio de 2014

As mudanças que não vemos.





"Aquilo que te prende é exatamente o que te liberta"
Bert Hellinger


Mesmo no suor, secava seu coração. Uma melancolia desenfreada invadia a alma.
Lá estava um corpo, inerte, perdido em vãos desejos...
A sede permanece - estática e paralisante. Uma sede constante, intensa.
Quase desfalecendo... Pulsa em uma plenitude absurda - os poros vertem...
Eterna troca solitária.
Quiçá voltasse a ser o que era - alegria calma.
História breve que cheira a poeira...

Esconde um destino - obscuro - onde folhas sem vida recobrem um caminho sem medida.
Aquela imagem da ventania que molhava o beijo - hoje orvalho tão triste - finalmente te levaria, sem voz, sem tom, sem despertar...
E assim mudar, em horas sem fim, monótona e indecente. Sem verniz, carapaça - um olhar.
Não há disfarce nas mudanças do tempo - transparente e inquieto.
Ancora-se na miragem do fracasso. Mudança que outra vez, é incerta.
É devaneio.

Ing


Este post é parte integrante do projeto “caderno de notas – terceira edição” do qual participam as autoras Ana Claudia Marques, Lunna Guedes, Mariana Gouveia, Tatiana Kielberman, Tha Lopes e Thelma Ramalho.
http://www.pontocontos.blogspot.com.br/
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terça-feira, 20 de maio de 2014

O passado da minha cidade.

Internet
"Minha alma canta... 
Vejo o Rio de Janeiro!
Estou morrendo de saudades."
Tom Jobin



Sou carioca. Nascida e criada no Flamengo. Na terra quente e calorosa de gente e risos.
Um tempo distante que remete a ares mais limpos com passeios à beira mar.

Poderia aqui escrever e descrever um Rio que ficou na memória dos que o desfrutaram em águas agitadas e maresia noturna.
Ressacas de sal e cerveja preenchiam dias alegres e menos dilacerados pelo desenvolvimento e progresso.
Tudo era mais devagar - sem pressa de chegar. O bonde, as bicicletas, carros menos potentes.
A magia existia no romance, no ar mais fresco que permitia roupas mais elegantes.

Para falar de passado desta cidade maravilhosa, temos que lembrar do preto e branco, dos cafés de elite, chapéu de panamá, do Centro da cidade com todo o seu glamour - Confeitaria Colombo.
Falar dos grandes compositores, da garota de Ipanema...

O carnaval sempre foi o tom do carioca. As grandes Sociedades Carnavalescas desfilavam seus carros enfeitados nas Avenidas centrais com elegância e alegria, sendo esperados por uma multidão fantasiada de cores e sons, na alegria pura e simples.

Algumas coisas marcam mais. Um exemplo é a propaganda para os males da garganta,  divulgada no bonde - "Veja ilustre passageiro o belo tipo faceiro que o senhor tem ao seu lado. No entanto, acredite, quase morreu de bronquite,salvou-o o Rhum Creosotado" - e que fixou-se bravamente na memória dos que se deixavam levar por ele nos trilhos da época.

Hoje, depois de muitos anos, há uma nova cidade.
O bonde luta para fazer parte de um passado que não pode ser esquecido.
O progresso e o desenvolvimento impulsionados pela política e inchaço da população, trouxe a visão do descaso, desleixo, insegurança, e mais de muito que entristece quem ainda ama a cidade que teima em manter-se maravilhosa.

Quem ama o Rio luta por ele. Cuida, faz a sua parte.
E - como "recordar é viver" - vamos em frente!
Muito ainda por vir.

Ing


Internet - Blog do Rafael Peçanha

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terça-feira, 13 de maio de 2014

Escrevo o que ainda conheço.

Internet
Tenho uma vida que nunca vivi - gostaria que fosse mais simples.
Lembranças de raros momentos insanos e plenos - um amar estranho.
Só sentir é mais que brilho - é mais que um pedaço indecente.
Delicadamente te abraço e me levas.
Suspensa no limbo do pesar onde me perdi - quisera fosse mais simples.
A presença em passos leves, respiração ofegante e quente.
Nesta hora a medida de segredos inexiste, uma pequena veia adolescente pulsa.
São sonhos, são dentes, sexo e acidentes.
Orvalho de lágrima que salpica a pele rubra e moribunda.
E eu - longínqua e calada - caio em um fundo poço de delicada névoa.
Debato-me em vão no nada onde agonizo, querendo teus braços para me levantar...
Mas, a tranquilidade me arrebata e soluço alto - um soluço quase grito!
Não quero o pó, a sombra, o desejo partilhado sem sobressaltos...
Seja o desespero da dor, seja o voo que aponta o caminho...
A folha desnudada, em branco, onde vais escrever dos meus olhos..
Pranto sereno ,banal e contínuo. Pleno de momento consumado
Que se deixou ficar em outro tempo.
Tempo que talvez ainda conheça...

Ing

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terça-feira, 6 de maio de 2014

Assim passam os anos...

Melancolia by Mabahe





 “Cada segundo que passa
é como uma porta
 que se abre
para deixar entrar
o que ainda não sucedeu.”
José Saramago




Um dia quente de preguiça "boa"quando somos novos - porque não nos preocupamos com nada - apenas com o som da música se fazendo ouvir junto aos ouvidos...

Quando menina eu amava os dias de calor... até mesmo quando despencava a chuva forte no final da tarde alagando meu coração.Dizia-se naquele tempo que os encontros de verão eram antes ou depois da chuva...

Eu amava aquelas "pancadas" de chuva,pois havia a possibilidade, de em se estando sozinha - esquecer de me esconder dos pingos grossos que enchiam o ar... e lá ia eu pelos caminhos molhada...

São lembranças que percorrem minha memória como flashes a iluminar o tempo como se fosse possível registrar tudo de novo pela objetiva da câmera... relembrando certos momentos - como se tudo tivesse acontecido ainda há pouco - a infância, a adolescência, as descobertas e os amores... sentindo novamente o cheiro fresco do colo de mãe, do café da avó, do perfume do pai, do abraço dos irmãos que cresciam tão rapidamente quanto eu...

Particularmente, eu tenho pouca memória de fatos... algumas coisas me escapam, mas eu percebo sons e cheiros no ar... Ouço uma música e viajo de encontro a um tempo que ficou para sempre aqui dentro de mim... deve ser porque fiquei de pé pela primeira vez ao som de Coro dos Ferreiros da Ópera Il Trovatore de Verdi - claro que isso é memória emprestada - foi como minha mãe, cantora lírica, disse que aconteceu... É certo dizer que vem de "berço" o gosto pela música.

Os anos passam... ficam as lembranças de muito e por vezes de nada. Noites longas e frias. Carinho e tranquilidade. Mudanças, loucuras e fracassos... de certo que ainda há muito por vir e, eu desejo que venha... O tempo não incomoda meus pensamentos, apenas se aninha em minha pele!

Ing


Este post é parte integrante do projeto "Caderno de notas - terceira edição" do qual participam as autoras Tha Lopes; Thelma Ramalho; Ana Claudia Marques, Tatiana Kielberman; Lunna Guedes; Mariana Gouveia
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revisado por Lunna Guedes.

sábado, 3 de maio de 2014

Do querer...

Internet - Retratos da Alma





Não basta uma vida. Um amor
...um sim ou um não!
Não basta uma crença. Um entardecer
Uma despedida - um desafeto!
Não basta um desalento
Estar desatento!

Não quero uma vida mal vivida
Um amor meio quente - nem sim - nem não!
Não quero crenças frágeis. Um entardecer só,
Nem despedidas chorosas!
Não quero desafetos sem motivo...
Desalentos sem fim - nem a desatenção fútil!

Quero estar ancorada,
...em fortes raízes,
O amor de sempre.
Estar abertamente frágil

Quero desenhar o entardecer que envolve
Despedidas que voltem, afetos
Quero sim e não e, que a vida
...me leve em sua paixão!

Ing

Publicado originalmente em Retratos da Alma
http://retratosdaalma.com.br/


quinta-feira, 17 de abril de 2014

verso de olhar.

por Teresa Robalo




Deixo meu desejo no teu olhar
para que ele brilhe e ofusque...
Deixo o verso pulsando nas veias
e o agora que escorreu do passado...

Para além dos teus desejos
Existe uma alma que implora...
Para além dos meus desejos
Existe um abismo que chora..

Mesmo no esquecimento
aflora em minh’alma a morte..
Qual palavra seria verso
em um poetizar de angústias?

São anjos do esquecimento
Que pairam sobre mim...
Que deixam cair de suas asas
o verso livre de letras sem destino...

Mas sigo no caminho de carnes nuas
consumadas ou não, nos sentimentos...
E deixo o ventre em outro momento
Onde a palavra não sangre este olhar...

Ing

domingo, 13 de abril de 2014

melancolia.

orisval.wordpress.com


Cai a noite, e a luz que se apaga
leva com ela as sombras.
Ah... se eu pudesse , se eu conseguisse pegar esta luz!
Iluminaria meu caminhar para passos certos
onde a melancolia de teus olhos
se fossem com as sombras.

Meus passos, me levam onde um dia estive.
Passos de sonhar, de frágil lembrar...
Sopro de desejo que leve, se esvai -
tecendo gemidos e sussurros
na longa noite que se rasga na manhã...

Para além da memória que trai,
que vem da alma em desespero,
arrasto o amor vivido em dor
em correntes de incertezas,
de contornos ausentes e solitários...

Enfim, admiro o dia que insiste em se revelar,
levando o que, sem vontade, me trouxe...
E faz-me escorregar pelos emaranhados
obscuros e úmidos, da lembrança...

Ing

domingo, 23 de março de 2014

caminhos de outono

Internet

É ao cair da tarde que se percebe
ao som de vento na pele
que só eu ouço..
Com a alma lavada pela chuva,
testemunha de lugares e lágrimas,
deixo-me levar pelo talvez de preces..
A umidade que respiro, em voz alta,
faz-me sentir invadida, única e exclusiva
sem o suor da devoção..
Existe sim, a vida que se encerra,
que deixa cair suas partes, se esconde,
que se prepara para sobreviver..
E eu dentro dela me acalanto
no frescor dos devaneios
e das paixões de outono..
No corpo dourado que no chão se deita,
no vermelho ardoroso esvoaçante
que acalma e abraça,
me sento sozinha, e novamente
inspiro...
Em voz alta escrevo
linhas de contar desejo e beijo
de jardim de cabelos ao vento
angústia e temor,
que tanta cor
ilumina e leva para longe..

Ing

segunda-feira, 3 de março de 2014

bailado de sons

Foto de Shinichi Maruyama


Me pego a ouvir sons que nunca senti..
Me sinto tão longe de ti..
Vem e me leva contigo para uma dança que nunca dancei..

Ao querer sonhar e girar, me vi em teus braços sorrindo..
E me deixei levar pela bailado que o tempo esqueceu..
Ah! O viver que minh’alma queria
E que loucura na alma cingia..

Algoz de minha enlevada poesia,
Leva contigo esta lágrima sentida
De meus amores que cantam melodias
Para tantas dores a ti consagradas..

Os sonhos desfizeram-se em gemidos
Nem vento, nem flores ou trinados
Deixarão que o amanhã se acabe
no sussurro dos versos do teu sorriso..

E eu danço, danço sempre
Ao som de estrelas e noites
Que fazem a vida passar..
E só eu as ouço cantar..


Ing

publicado originalmente em Retratos da Alma

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

por que queimas.


Internet 



"Um sentimento sempre queimando, 
temperatura sempre subindo 
e um grau absurdo de uma situação 
abocanhada entre os dentes. 
Esse amor desgraçado 
bagunçou meu coração. 
Acelerou todas as minhas emoções. 
Estipulou todas as sensações 
e nomeou a minha razão pra amar". 



Jota Cê



Sinto o calor escorrer pela pele em um momento onde jamais deveria estar.
Existem tantos suores que escorrem e nos levam ao delírio..
O rasgar da pele que não cessa.  Sensação inconsciente que covardemente me persegue, se hospeda em meu corpo e me atormenta sem proveito.
Busco um refúgio onde o pensamento me abandone, onde a carne esfrie e o peito se acalme.
Esquecida de que já fui, e que estive qual sombra em caminho oposto, me desentendo com meu lado tão alienado.
Uma reviravolta, me faz cair em tormenta e sentir o ar ao meu redor, quente, a me deixar em um sopro de sonho de onde nunca acordo.
É tudo tão absurdamente intenso que os poros vertem paixão e sedução..

E eu grito.
Um grito abafado, engasgado, de dor sem alento.
Uma lágrima sangra a ferida da luta perdida, chora a covardia da paixão sobrevivente.
Como querer um suave torpor, se queima por dentro a marca eterna de ilusões caladas, de palavras leves.

Pulsa enfim em mim, a veia que leva o corpo adiante, que vive e dá vida, que eleva o pensamento e o querer. E o tempo que teima em me paralisar, secar a alma, se soltou de mim. E eu, o deixei ir sem remorsos, apenas esperando que ele retorne para aquecer o corpo e fazer queimar o desejo esquecido..

Ing

Este post é parte integrante do projeto "Caderno de Notas" - segunda edição, sob o tema "a temperatura do corpo" do qual fazem parte as autoras Ana Claudia Marques , Luciana Nepomuceno , Lunna Guedes , Tatiana Kielberman , Thelma RamalhoMariana Gouveia


sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

outras madrugadas.


Internet





"Pedacinhos de noite, polvilhados com as luzes do dia.
É a madrugada confusa.
Para alguns, tarde.
Para outros, muito cedo.
Opostos de vida".
Mel Fronkcoviak.


O que são madrugadas senão o quase despertar, o quase amanhecer..
Na noite, não sinto a mão que percorre o corpo, não sinto a pele que arrepia.
Não vejo a luz e a sombra, não vislumbro sequer o clarão do trovão.
Na escuridão desta noite somente pressinto..
Na escuridão desta noite, somente  o gemido..
O lençol frio, o vento que invade a cama sem cerimônia pela porta aberta.
Invade o corpo e a alma.
No peso do sono, que não vem, relevo o que nada me é dado, o que do nada me é tomado.

O que são as madrugadas senão o descansar do pensar, do sentir , do leve torpor da morte que vive em nós..
Na janela aberta o frescor da quase manhã me abraça, o silêncio da ausência me encanta.
Percorro o olhar desperto e atento ao redor, e vejo pontos de vida já cedo, já iluminados pela manhã que se aproxima..
O lençol frio, vai aquecer-se ao sol, a sombra dissipar-se-á rapidamente sem trovões, e a escuridão da noite vai levar com ela o gemido..


Quando a manhã chegar, a mão acostumou-se à pele, o sono passou ao largo..
O silêncio já ensurdece o pensamento, que gira e retoma o caminho da ausência.
E assim muitas manhãs, muitas madrugadas, se perpetuarão em tempo e emoções,que somente o sonho tem a audácia de desvendar...

Que venham...

Ing




Este post é parte integrante do projeto "Caderno de Notas" - Segunda Edição,sob o tema "quero outra manhã depois desta madrugada"... do qual participam as autoras Ana Claudia Marques,  Luciana Nepomuceno,  Lunna GuedesTatiana KielbermannThelma Ramalho e a convidada Mariana Gouveia


sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

de onde vem a noite.

Light in the darkness  by Charligal


Um dia só..
uma palavra só..
mais um dia somente
e nada mais a dizer.

São páginas e páginas desenhadas em letras, em simulações de sons que jamais foram ouvidos.
Páginas em branco onde as sombras da noite deixam rastros únicos e atormentados.
Foi assim em um fim de tarde.
Para além da febre da gente, que sem querer vem junto com a paixão, o céu pálido iluminou tua face, e eu não sabia como a sedução de tão luminoso olhar iria me derrubar.
Foram dias de insanidades, de loucuras, de morrer em vida em tanto respirar.
Mãos, dentes, cores, sussurros, e uma vida inteira a recomeçar.
Da calmaria, nada veio me brindar, nem a secura do mar, nem a sede de amar.

E então a tempestade chegou,mansa no início, silenciosa e maliciosa.
Junto com ela em um fim de manhã, levou as nuvens e a terra. Levou a paz e a guerra.
Deixou inundada a mão, a pele e a alma, provocando marcas inchadas,encharcadas que vão secando aos poucos ,levando o pó, as raízes e o desespero.

E o tempo passou...
Em uma noite clara ,de luar escancarado, a luz ofuscou o olhar.
A lágrima molhou o que já secara há tanto tempo.
Entontecida de uma vida inteira, inquieta e perdida, sou o mundo sem norte, um sonho sem sorte.
Talvez no esplendor do desejo, na sílaba do verso que a boca silencia, a ilusão se vai e a noite chega.
E também o fim desta página...
Mas, de onde ela vem e o que me traz?

E já é meia noite...

Ing.



Este post é parte integrante do projeto "Caderno de Notas" - Segunda Edição,sob o tema "é meia noite no fim da página"... do qual participam as autoras Ana Claudia Marques    Luciana Nepomuceno  Lunna Guedes Tatiana Kielbermann Thelma Ramalho e a convidada Mariana Gouveia


sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

a menina sem rosa.


Internet


.." Para que tu me adivinhes,
entre os ventos taciturnos,
apago meus pensamentos,
ponho vestidos noturnos,
- que amargamente inventei"..
Cecília Meireles



Uma pequena trança segura por dedos longos brinca com a memória que teima em ser esquecida.
Abro as janelas para que o vento inunde  a alma trazendo muito mais que o desejo pode compor.
Quero a vida que a lembrança da inocência me deu e, para sempre correr..
Cabelos soltos, amores puros e inundados de poesia.
São sensações, que nada mostram e se consomem no ato de viver.

Lembro da pequenina de vestido rosa – nunca gostei de rosa – bordado e lindo.
Delicada, chorava pelo rosa e pelos babados.
Logo tudo se ajeitava e os laços de fita encantavam os cabelos.
Era tudo tão leve, tão quieto, e pleno de novidades. A timidez que brilhava não escondia uma vida a desabrochar e que era pura curiosidade.
Como era bom correr em algum lugar solitário. Era momento único e muito particular que parecia eternizar o sonho desperto .
Eram letras, pincéis e teclas,palavras, cores e sustenidos.
Piano, ópera, muita música pela casa..

Como as escolhas são inevitáveis, tropecei na idade, na decisão do momento, no arrependimento que fecha o olhar, no riso solto do amar, do primeiro amor.
E o sorriso que desabrochou tão cedo me acompanhou, me acalentou, me fez longe e amigável.
Busco ainda manter a alegria do laço,o choro do rosa,e a solidão preciosa que acalentava minha alma em turbilhão, descobrindo a vida de forma tão intensa.

Aquela menininha ainda me ama e eu a alimento , sempre...

Ing


 Este post é parte integrante do projeto Caderno de Notas - Segunda Edição,sob o tema "A Menina que um dia eu fui"... do qual participam as autoras Ana Claudia Marques    Luciana Nepomuceno  Lunna Guedes Tatiana Kielbermann 

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

impregnada.

Foto de Alyssa Bascombe

Impregnada de sons me deixo
me deleito e me ancoro
em letras únicas que nem sei..
De onde vem?
É um infinito sem nada
sentido indefinido
sem o toque e a impressão
que é da mão..
Moldar
qual lama e terra
a voz que jorra da alma
e que infesta uma vida..
 Desenho
que se cobre de noites
claras e sem ardor
pálido e indolor..
Verseja uma bobagem
saboreia um pecado
ausenta o nada
e espera o riso
que as linhas apagaram..

Ing

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

ampulheta.

Internet



Veja o que segue
Sinta o que te move
O que balança teu amar..
Corre o tempo morre a dor.
No amar  a vida escorre
no tempo se morre..
Ame o que tudo
na vida aflore.

Adeus
Eterna luz
Descompasso,
Único encontro
Saudade em fino fio..
Luz e desejos vãos.
Solidão  indulgente
Vontade descortinada..
Renovar o tempo
Viver e rever  
Caminhos
 e passos .

Que o tempo nunca se perca
Que a palavra se encaixe
E a vida siga em rimas
De amar e cantar ..

Ing